
Bicicletada Curitiba - Dia Sem Carro - 22 de Setembro de 2007 - Pintura da Primeira Ciclofaixa de Curitiba
Curitiba, a “Capital Ecológica”! Hum, Capital Ecológica com 100% de seus rios poluídos e com o velho Iguaçu tão poluído quanto o Tiete? É, não cola. Ok, que tal “Capital Social” então? Capital Social que multa um grupo de cidadãos por fazerem um bem social (diga-se de passagem, fazendo o trabalho que a incompetente gestão deveria por lei estar executando)? É, acho que ta na hora de mudar o slogan da cidade outra vez…
Bem, a história começa no dia 22 de setembro de 2007, quando dentro da celebração do Dia Mundial Sem Carro, ciclo-ativistas independentes juntos aos moradores da região do Alto da Glória, cansados com a falta de infra-estrutura oferecida aos que escolhem a bicicleta como meio de transporte (e não o automóvel particular ou o esgotado transporte público) e levando em consideração a falta da existência de uma política pública séria em prol da mobilidade limpa e sustentável, decidiram pintar eles mesmos uma ciclo-faixa simbólica.
Antes da pintura, os meios de comunicação e autoridades foram avisados e uma carta aberta circulou entre os moradores e comerciantes da região, que apoiaram a idéia.
Sendo assim, ao fim da manifestação (pública, pacífica e sem líderes que ocorre todo último sábado do mês na forma da Bicicletada) a “Primeira Ciclofaixa de Curitiba” foi pintada por um grupo de cerca de 50 pessoas, à luz do dia e de cara limpa.
Ao final deste protesto pacífico (por volta do meio-dia, após termos nos encontrado casualmente com o Prefeito no Passeio Público), de forma comunitária e com o apoio total dos moradores da região da Rua Augusto Stresser, pintamos uma “ciclo-faixa” de cerca de 1m de largura no bordo direito da via. A preocupação com a pintura foi total e esta foi feita com tinta asfáltica, padronizada e visando, além de sinalizar a via e garantir a segurança de ciclistas e motoristas que circulam pela região, MOSTRAR AOS ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS QUE DE FORMA SIMPLES, BARATA E ACIMA DE TUDO PREVISTA EM NOSSO CÓDIGO DE TRÂNSITO, podemos incentivar a circulação de bicicletas com segurança no TODO DE NOSSA CIDADE.
Como todos sabem a despreparada Guarda Municipal apareceu no final da festa, e, como é de praxe, agiu com truculência, arrogância e estupidez. Das 50 pessoas envolvidas diretamente com a pintura, 3 foram aleatoriamente escolhidas e escoltadas ao som de sirenes e cantadas de pneu até a delegacia do meio ambiente. A acusação: crime ambiental – pixação.

All right!!
Resolvida a questão, a Ciclofaixa foi apagada (o que mostra como a atual gestão, não pode investir em infra-estrutura básica para os ciclistas, mas pode investir em destruir o pouco que é feito) e algumas semanas depois, repintada com esplendor e glória na realização do Primeiro Desafio Intermodal de Curitiba (outubro de 2007), novamente após comunicação aberta à grande mídia, cidadãos e autoridades.
Através desse texto, a Bicicletada procura divulgar a todos os envolvidos (Prefeitura, ciclo-ativistas, moradores, comerciantes e a Delegacia do Meio Ambiente) de que a “multa por pixação” ainda esta valendo. Os três ciclistas que foram “enquadrados” receberam esta semana uma notificação final com o veredicto de culpa e com um prazo para pagar uma absurda multa de R$750!
Esperamos que as devidas providências sejam tomadas e que a Delegacia do Meio Ambiente e a Prefeitura de Curitiba possa receber os ciclo-ativistas para discutir a questão e lembramos, que ao contrário da multa de 600 mil reais aplicada ao nosso prefeito Beto Richa por propaganda ilegal, ao pintar a ciclo-faixa os cidadãos não estavam destruindo o patrimônio público e sim contribuindo com este.
Gratos pela leitura e compreensão.
À disposição para maiores esclarecimentos,
Bicicletada de Curitiba
www.bicicletadacuritiba.wordpress.com

quem tem medo da ciclofaixa?
Amigo Jorge
Obrigado pela visita! E pelo comentário tb…
Legal saber que vc tá fazendo uma viagem tão bacana! Aproveite. Vi suas fotos… Parabéns!
Quando voltar, dê um alô!
A luta continua!
Luiz
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Todos nós devemos ter em conta, o atraso cultural (nas camadas mais básicas) de nossa popluação.
Colocado isto, não é de se estranhar o local legado à bicicleta.È notório que a maioria da população pobre ainda (se possível) usa a bicicleta como meio de transporte.Mas surgindo a primeira chance econômica, vai logo atrás de um “carrinho”, nome geralmente carinhoso que se dá para um “pau véio”.
Dessa forma ele entra na moda do “one men one car” e vai infestar e poluir democraticamente como o empresário e o profissional liberal…
A maioria vê a bicicleta de duas formas :
Ou é de “fresco” ou de “pobre”.
Então um motorista ou um policial”autoridade”dentro da sua farda, tenta expulsar essas “excrescências urbanas que ousam tomar espaços entre Sennas e Cacás Buenos..
Mentalidade retrógada, veja o grau de sobre-alimentação e obesidade de nossa população..
Ter um carro é hoje moda aquí, tardiamente..Estamos no “olho do furacão” , crise econômica e energética mundial, e os governos querem salvar a industria automobilística !
Estão ´ministrando morfina num paciente terminal( a industria automobilistica ocidental está moribunda) no caso bilhões e bilhões de dólares…
E em Curitiba implicam com uma” faixa no chão” !
VIVA A ARAUCÁRIA!!!!!
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Saiu na Gazeta – http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=836083
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É o desespero do mau tentando permanecer na terra.
Acho que os próximos anos serão marcados por atitudes desesperadas como esta.
Mas não desanimemos. Por que como Luther King disse “não é o barulho dos maus que me assusta. E sim o silêncio dos bons”.
Estamos todos nós, que pedalamos conscientemente, criando e pensando em fazer os outros pensarem no tema também, mesmo que estes continuem dentro de seus carros com insulfilm pra que ninguém os veja .
Estamos fazendo algo e com agenda até 2000 e tarará!
Nosso caminho é longo e estamos indo de bike!
Paz, força e alegria!
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